quinta-feira, 23 de julho de 2009

Tonera Tripel Aged

Uma vontade que sempre tive, era a de guardar cervejas para acompanhar sua evolução. Como a produção sempre é menor do que o consumo, isto sempre se torna difícil. Mas desde o ano passado, tenho tentado guardar exemplares na minha adega (vulgo guarda-roupa), para futuras degustações e eis que hoje falarei sobre a Tonera Tripel que foi engarrafada em junho de 2008 e conseguiu ficar "viva" (ou ainda cheia) até hoje.

A Tonera Tripel foi chamada assim porque usei três tipos de cereais na sua composição. O malte de cevada, o malte de trigo e a aveia. Como queria fazer uma cerveja bem complexa, ainda usei coentro (sementes) e dois tipos de fermento.
Pela minha ficha de controle a data de produção da receita foi em 02/05/2008 e engarrafada dia 20/06/2008 o que comprova a sua idade.

Imagem: Dos autores do Pão e Cerveja

Na primeira vez que abri uma garrafa desta produção, percebi que ela mereceria um bom descanço. Após este repouso, ela começou a se revelar. Apesar de ter aproximadamente 10% v/v de álcool, ele não se sobressaiu em nenhuma das etapas da evolução, pelo contrário, sempre trouxe um "complemento" a complexidade da cerveja.

No aroma, o frutado/fenólico foi diminuindo com o tempo, passando a ficar mais suave e casando com os outros elementos. O coentro que já era sutil, ficou quase imperceptível. Mas o que me chamou atenção foi o "cheiro de envelhecida" que a cerveja obteve. Não sei se teria permissão para dizer que é algo como vinho do Porto ou Whisky, afinal isto é subjetivo mesmo né!

O sabor que antes tinha notas pronunciadas de nozes (ou castanha ou amêndoas), também ficou mais ameno, mas não menos agradável. Da mesma forma que no aroma, as "coisas se casaram".

Imagem: Dos autores do Pão e Cerveja

A degustação ocorreu a temperatura ambiente, por se tratar de uma cerveja estilo belga, Tripel e bem complexa. Por isso eu não poderia deixar essa onda de frio passar batida e aproveitar um dos melhores dias para prová-la (de 10°C a 12°C).
Fiz o rótulo só para poder saber o tempo de vida da cerveja, nada sério (apenas um aviso aos colecionadores maníacos de plantão, hehe).

Tenho mais três exemplares desta cerveja que serão abertas com 2, 3 e 5 anos. Aí veremos outros aspectos da evolução desta Tripel. Além dela, tenho outros estilos guardados na adega (guarda-roupa) para umas futuras degustações. Não convidei o Jean para esta degustação porque ele ficou com uma destas na casa dele esses dias (Lembra Jean, aquela da tampinha com adesivo branco e uma bolinha azul de caneta).

Fico devendo a postagem que falarei sobre o resultado da bock, além da produção da Imperial Stout na Schornstein e a quinta bica na Academia da Cerveja. E tem cervejeiros novos por aí também. Até mais...

5 comentários:

Jean disse...

Prezado Raphael,

Que excelente postagem, caro amigo. E que excelente cerveja! Lembro dela sim, aquela que lhe disse que havia encontrado gosto de nozes, foi isso, não?
Pô, mas você podia ter convidade de qualquer jeito, ora!!
Quero marcar presença nas degustações dos 2, 3 e 5 anos!!
Tem cervejeiros novos? Isso é bom!!

Um abraço,

Jean Claudi.

Raphael Tonera disse...

é essa cerveja mesmo e já estais convidado para as próximas. Quanto aos novos cervejeiros, creio que não serei eu que falarei sobre eles...
Até mais.

Raphael Tonera

André disse...

Putz...já ia pedir um rótulo pra coleção...rs

Jean disse...

Prezado André,

Obrigado pela visita ao Pão e Cerveja... quanto ao rótulo, aí é com o Raphael.

Um abraço,

Jean Claudi.

Marco Zimmermann disse...

Raphael, parabéns por conseguir guardar uma cerveja tanto tempo propositalmente.
Nós também conseguimos guardar uma cerveja por mais de 1 ano, mas foi por acidente! rs

Abraços!

Marco