sexta-feira, 30 de abril de 2010

La Ronda #23: Reclamos Cerveceros ("Reclamações Cervejeiras")

O Pão e Cerveja foi convidado por Galapagos do blog Logia Cervecera para participar da “La Ronda #23: Reclamos cerveceros.”, traduzindo, “A rodada #23: Reclamações Cervejeiras”.

A “La Ronda” é uma questionamento proposto a diversos blogueiros, a maioria de língua espanhola, sempre sobre um tema cervejeiro. Gracias por la invitación, Galapagos.

A questão da Ronda #23 é a seguinte:

Que actitud tomar cuando uno va a un bar y desembolsa una buena cantidad de dinero para disfrutar una buena cerveza y lo que le sirven no está en buen estado? O bien no es el producto que uno jura y recontra jura que venía tomando y ya no es lo mismo? Reclamamos? Nos quejamos? Hacemos tripas corazón y nos tomamos hasta la última gota jurando nunca más volver pero sin decir palabra alguna? Y en caso de que uno se haya quejado... como fue la reacción del lugar? Nos cambiaron la cerveza por una que si estaba bien? Nos dijeron que es lo que hay y a otra cosa? Nos dieron explicaciones raras de por que la cerveza debería ser así?

Eu geralmente bebo as minhas cervejas em casa. Raramente, saio de casa com o intuito de beber cerveja. Logo, as questões propostas pelo Galapagos nunca aconteceram comigo, mas não descarto a possibilidade de acontecer, ou seja, tomar uma cerveja com problema.

Posso falar com propriedade em relação às cervejas que bebo em casa. Raramente também, alguma não apresenta as características organolépticas (aroma, sabor) apropriadas. Das diversas cervejas que já bebi,  e não foram poucas, de marcas e estilos diferentes, me recordo de três que apresentaram problema.

Entretanto, é dicífil muitas vezes dizer se o problema está com a cerveja ou com o degustador, pois nem sempre estamos pré dispostos a beber cerveja ou os nossos sentidos (visão, olfato e paladar) na degustação não estão funcionando direito... Saber das suas limitações na hora da degustação não é uma tarefa fácil. Quem garante que o degustador não está na eminência de desencadear um resfriado? Neste caso, olfato e paladar ficam seriamente comprometidos.

Voltando  às três cervejas com problema que degustei: 
  • Duas (uma Belgian Dark Strong Ale, uma Porter) apresentavam sabor e aroma acéticos (gosto e aroma de vinagre);
  • Uma apresentou problema na carbonatação (uma Dry Stout), não fazendo muita espuma (se comparado à mesma cerveja bebida em outra ocasião) quando colocada no copo.
Reclamar? Não reclamei... Somente bebi...
E para quem me conhece, sabe que não tenho pudores em relação à reclamação. Mas o que falar aos funcionários do supermercado aonde comprei as cervejas? Mesmo que eu colocasse a cerveja de volta na garrafa ou lata, como mostrar ao funcionário a contaminação acética e a falta de espuma ? E aonde encontrar o ticket ou cupom fiscal para a comprovação da compra no supermercado?

Creio que a degustação realizada num bar, in loco, aonde os atores estão todos em cena (cerveja, consumidor e fornecedor) autenticaria a reclamação. Seria "a prisão em flagrante" da contaminação e da carbonatação. E neste caso, senhores, temos que reclamar sim, pois temos os nossos direitos como consumidores. Até porque, geralmente, estas cervejas não custam pouco. E pagar por uma cerveja cara com problema, ninguém merece!!
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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Pãezinhos de Malte 2 (Salgado)

Imagem: Dos autores do Pão e Cerveja

A bagaço do malte utilizado para a fabricação de cerveja é geralmente jogado no lixo. 
O bagaço, para quem nunca viu (segue foto abaixo), trata-se de uma massa úmida formada pelas cascas dos grãos de malte partidos, refugo do processo de mosturação (processo de cozimento do malte, aonde são extraídos os amidos existentes dentro do grão).
Imagem: Dos autores do Pão e Cerveja

Como o processo de extração do amido não é 100% eficiente, dentro das cascas sempre se encontra resíduos de amido, que proporcionam ao bagaço um gosto adocicado. Mas, pode-se considerar o bagaço como 100% casca de malte. As cascas dos grãos são uma fonte de fibras alimentares, importantes no processo digestivo humano.

Uma das formas de se aproveitar o bagaço é utilizando-o na elaboração de pães. O bagaço enriquece a massa do pão com as fibras oriundas das cascas do malte, tornando o pão um alimento funcional: rico em fibras.

Já publicamos aqui no Pão e Cerveja uma receita de pão de malte: Gräbenwasser MalzBrot do blog da Gräbenwasser. O Malzbrot da Gräbenwasser, o qual já elaborei inúmeras vezes, é um pão doce extremamente saboroso, macio, com sabor de mel (oriundo do mel adicionado na receita) e do gosto adocicado do malte.

O pão elaborado nesta nova receita, apesar de ser salgado, apresenta ainda um sutil sabor de mel, fruto somente do bagaço de malte utilizado.


Imagem: Dos autores do Pão e Cerveja

Pãezinhos Salgados  de Malte 
Ingredientes:
  • 300 gramas de bagaço de malte;
  • 800 gramas de farinha de trigo;
  • 35 gramas de açúcar refinado;
  • 15 gramas de sal;
  • 10 gramas de fermento biológico instantâneo seco (um pacotinho);
  • 210 militros de água;
  • 70 gramas de óleo de soja;
  • Óleo de soja e farinha de trigo para untar a forma.
Modo de Preparo:
  • Misturar o bagaço e os demais ingredientes secos, tomando o cuidado de não se colocar o fermento em contato direto com o sal;
  • Adicionar a água;
  • Adicionar o óleo;
  • Sovar a massa até a obtenção do ponto de véu (desenvolvimento do glúten), cerca de 20 minutos;
  • Bolear (modelar em forma de bola) a massa e deixá-la crescer até dobrar de volume;
  • Após o crescimento, sovar levemente a massa para retirar as bolhas de gás formadas na fermentação;
  • Dividir a massa em pequenas porções e boleá-las; 
  • Colocar os pães lado a lado em forma  levemente untada com óleo de soja e levemente enfarinhada com farinha de trigo;
  • Deixar novamente os pães crescerem até dobrarem de volume e assá-los em forno a 200 graus por 45 minutos ou até dourarem.
 Imagem: Dos autores do Pão e Cerveja

Observações:
  • O bagaço de malte utilizado na receita não é escorrido, ou seja, contém a água utilizada na mosturação. É possível, que a quantidade de água sugerida na receita não seja a adequada. Faz-se necessário, desta forma, o acréscimo ou a supressão da quantidade de água. A massa deve ser fácil de sovar, ou seja, a massa deve ter boa consistência, não sendo demasiadamente dura ou mole;
  • A divisão da massa em porções também fica a critério do padeiro (eu dividi em porções de 80 gramas). A divisão depende do tamanho dos pãezinhos a serem elaborados;
  • A distância da colocação dos pães lado a lado na forma dependem das dimensões da forma e do critério do padeiro.