sábado, 31 de maio de 2008

Belle-Veu Kriek (continuação)


Segue apresentação da Belle-Veu Kriek que encontrei no site da AMBEV <http://www.ambev.com.br/pro_73.htm>:


"Belle-Veu


Produto: Belle-Vue
Definição/Tipo: Cerveja tipo Lambic
Embalagens: Garrafas de 375 ml
Teor alcoólico: 5,1%

A Belle-Vue Kriek é obtida através da maceração de cerejas frescas tipo kriek em alambiques, o que confere uma tonalidade avermelhada e um refrescante sabor de fruta à bebida. A Belle-Vue é uma cerveja suave, leve e adocicada, ideal para ser tomada como aperitivo, podendo substituir o espumante ou Champagne.
Também pode ser servida ao fim da refeição acompanhando queijos, que são servidos como sobremesa em um jantar tipicamente francês ou belga. Ainda, acompanha perfeitamente sobremesas de frutas vermelhas, strudel de maçã, pêra flambada, tortas ou bolos de frutas.

Histórico
Belle-Vue é a cerveja tipo Lambic mais vendida no mundo. Lambic são cervejas tipicamente belgas, produzidas a partir da fermentação espontânea de microorganismos presentes no ambiente.

Esses microorganismos se desenvolvem na região de Bruxelas, em uma localidade conhecida como Vale Senna. Sendo assim, Lambic é uma denominação de origem. Somente as cervejas feitas na Bélgica que atendem a determinados requisitos legais podem ser assim classificadas.

A fermentação espontânea gera uma cerveja mais ácida e, por isso, as cervejas desse tipo têm a acidez como uma característica marcante. Uma autêntica Lambic é feita por um blend de cervejas envelhecidas em barris de carvalho, aos quais se adicionam frutas vermelhas para conferir um sabor e aroma frutados ao produto, além da coloração avermelhada."

Acredito que com as informações acima, nossos leitores ficarão mais informados sobre a Belle -Veu Kriek.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Cerveja de Cereja (Belle-Vue Kriek)

Há cervejas com sabor de frutas e há cervejas de frutas!!
Com sabor de frutas, existem muitas, que apesar do sabor não levam necessariamente alguma fruta na sua composição.
Entretanto, existem as cervejas com sabor de frutas proveniente de frutas.

Um exemplo é a cerveja belga Belle-Veu Kriek, a qual já tive o prazer de degustar.

Na minha opinião, foi um experiência interessante, pois foi um sabor completamente diferente de todos os sabores de cerveja que já experimentei.
O sabor é um pouco ácido, seco, com gosto de vinho misturado com bala de menta. Um sabor bem diferente!!
Já a coloração... é fantástica!! A imagem acima já diz tudo, não há palavras para que consigam definir a cor desta cerveja.
E a espuma? Nota 10, meio rosada, dá um charme especial à cerveja.

Sem contar o charme da garrafa com rolha.



Kriek é um tipo de cereja (cherry), típica dos aredores de Bruxelas (capital da Bélgica).


Imagem: http://marcelokatsuki.folha.blog.uol.com.br/images/cerva-belle-vue.jpg

As cervejas Kriek são cervejas LAMBIC.

As cervejas LAMBIC são caracterizadas pela fermentação expontânea ou natural por uma espécie nativa de bactérias da região de Bruxelas. Desta forma, só existem cervejas LAMBIC na Bélgica.

As LAMBIC são cervejas de alta fermentação, logo são cervejas da família ALE. Nas ALE, a fermentação do mosto acontece fisicamente na parte superior do recipiente.

A própria Belle-Veu tem outra cerveja que utiliza outra fruta, a framboesa (framboise ou raspberry) na sua fabricação: a Belle-Veu Framboise.

E esta, ainda não tive o prazer de degustar.

sábado, 24 de maio de 2008

O pão aproximando pessoas: o pão angolano

Há cerca de um mês, precisei fazer um trabalho acadêmico sobre os pães fabricados em Angola.

E contei com a ajuda de ilustres colegas angolanos (Dred; MapumarC; Nunes; Niuska; Adoro-te, Docemen, PaOOOOdeM3L- e Xmultiply), que, anonimamente, respoderam a alguns questionamentos que fiz em salas de bate-papo (chat) na internet.
Encontrei também um blog excelente, muito bem escrito, sobre culinária e sobre impressões de Angola, da nossa amiga Migas: http://www.migascomgindungo.blogspot.com/.

A Migas, é uma doce e gentil menina portuguesa, que mora em Luanda (capital de Angola) e que respondeu, solidariamente e pacientemente, aos meus aflitos e-mails pedindo informações sobre os pães angolanos.

Migas, registro mais uma vez, agora no neste blog, que criei juntamente com meu ilustre colega Raphael, a minha gratidão à tua gentileza, delicadeza e solidariedade.
Convido a todos e aos meus poucos fãs (brincadeirinha, Migas!) a visitarem o blog da nossa ilustre amiga.
Mais uma vez, muito obrigado, Migas!

Para quem não sabe, Angola é um país africano, com cerca de 1.246.700 km2 (WIKIPÉDIA, 2008. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola>. Acessado em: 24/05/2008), quase do tamanho do Estado do Pará (Pará é um dos 26 Estados do Brasil).

Na seqüência, apresento este meu trabalho, excluindo as entrevistas realizadas nas salas de bate-papo.

ANGOLA (13/04/2008)
Trabalho apresentado na disciplina de Panificação Internacional do Curso Técnico de Panificação do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (CEFET-SC) <http://www.cefetsc.edu.br/website/index.jsp>

Este trabalho tem o objetivo de apresentar informações sobre Angola, país africano, e sobre a sua gastronomia, principalmente, sobre aos pães lá produzidos.
1 Localização e fronteiras
Angola está localizada na costa ocidental sul africana (WIKIPÉDIA, 2008a). É banhada pelo Oceano Atlântico, tendo aproximadamente 1.600 km de costa marítima (GASTRONOMIAS, 2008).

Possui aproximadamente 4.800 km de fronteiras (GASTRONOMIAS, 2008) e suas divisas (WIKIPÉDIA, 2008a) são ao:
- Norte: República do Congo e República Democrática do Congo;
- Sul: República da Namíbia;
- Leste: República Democrática do Congo e República da Zâmbia;
- Oeste: Oceano Atlântico.

Figura 1: Mapa político de Angola (WORLDMAPFINDER, 2008)

Angola possui o exclave (território situado fora das divisas principais de um país) de Cabinda, que faz fronteira com ao norte com a República do Congo e ao sul com a República Democrática do Congo (WIKIPÉDIA, 2008a).

2 Divisão política
Angola é subdividida em 18 provícias, conforme figura 2.
1 - Bengo
7 - Kwanza-Sul
13 - Lunda-Sul
2 - Benguela
8 - Cunene
14 - Malange
3 - Bié
9 - Huambo
15 - Moxico
4 - Cabinda
10 - Huíla
16 - Namibe
5 - Kuando-Kubango
11 - Luanda
17 - Uíge
6 - Kwanza-Norte
12 - Lunda-Norte
18 - Zaire


Figura 2: Divisão política de Angola (WIKIPÉDIA, 2008a)

3 A bandeira
A bandeira angolana é dividida horizontalmente em duas faixas: uma negra e a outra vermelha. A faixa negra representa o continente africano; a faixa vermelha representa o sangue derramado nas lutas pela independência. Os símbolos ao centro da bandeira representam os trabalhadores, semelhantes aos utilizados no comunismo (WIKIPÉDIA, 2008f).



Figura 3: Bandeira de Angola (WIKIPÉDIA, 2008f)

4 O clima
O território angolano é tropical, entretanto seu clima não pode ser assim caracterizado pelos seguintes fatores: a corrente fria de Benguela ao longo da parte sul da costa; o relevo do interior do país; e a influência do deserto do Namibe a sudeste (WIKIPÉDIA, 2008a).

Angola possui duas estações climáticas (ANGOLA, 2008):
- Estação das chuvas: estação mais quente, de setembro a maio;
- Estação do cacimbo ou da seca: estação menos quente e mais seca, de maio a setembro.

Quanto à pluviosidade, o litoral apresenta elevados índices, que decrescem do Norte para o Sul, com temperaturas médias anuais acima de 23°C e o interior pode ser dividido em três áreas: norte com grande pluviosidade e temperaturas altas; planalto central com uma estação seca e temperaturas médias da ordem dos 19ºC; sul com amplitudes térmicas bastante acentuadas devido à proximidade do deserto do Kalahari e à influência de massas de ar tropical (WIKIPÉDIA, 2008a).

A diversidade climática proporciona à Angola, um grande potencial turístico baseado no seu rico patrimônio natural, com flora e fauna diversificadas (ANGOLA, 2008a). Segundo Angola (2008), as temperaturas mediais anuais máximas são de 27°C máxima e as mínimas de 17°C.

5 A capital e as principais cidades
A capital de Angola é Luanda. Luanda também é a maior cidade de Angola e também capital da província de Luanda (WIKIPÉDIA, 2008c).
Além de Luanda, as principais cidade de Angola são: Cabinda, Benguela, Lobito, Lubango e Namibe (GASTRONOMIAS, 2008).

6 A população
Angola possui aproximadamente 12,5 milhões de habitantes, sendo 49,3% homens e 50,7% mulheres (ANGOLA, 2008). Diferentes etnias coabitam Angola: os Ovimbundos constituem 37% da população; os quimbundos, 25%; os Bakongos, 13%; mestiços, 2%; brancos, 1%; e outros grupos, 22% (WIKIPÉDIA, 2008a).

7 A língua
A língua oficial de Angola é o português, herança da colonização portuguesa, assim como no Brasil.
Entretanto, em virtude das diferentes etnias que constituem a população de Angola, existem mais de vinte línguas nacionais e numerosos dialetos (WIKIPÉDIA, 2008a). As línguas nacionais mais faladas são o Umbundu ou Umbundo, Kimbundu ou quimbundo, Kikongo ou quicongo, Tchokwe ou chocué (WIKIPÉDIA, 2008a; GASTRONOMIAS, 2008).

8 A cultura
A cultura típica Angola é muito diversificada. Cada etnia que compõem a população do país possui características culturais específicas. O artesanato, as vestimentas, a religião, a dança, entre outros, expressam a riquíssima cultura angolana.


Figura 4: Estátua - Esposa de Chefe (CULTURALUNDA-TCHOKWE, 2008)


A cultura ocidental está também presente na cultura angolana. O cinema angolano outrora premiado, vem recebendo investimentos do governo. O governo, na última década, também está preocupado com a necessidade de estabelecimento de uma política de cultura para fins de preservação do patrimônio cultural (ANGOLA: Novos Tempos, 1992).

Figura 5: Máscara de dança Ngulu (CULTURALUNDA-TCHOKWE, 2008)

9 A religião
51% do Angolanos são católicos, 17% são protestantes; 30% são de religiões africanas (animistas) e 2% de outras religiões (ANGOLA, 2008).

10 A economia
A economia angola é predominantemente agrícola, sendo o café a sua principal cultura. A cana-de-açúcar, o sisal, o milho e a produção de óleo de coco e amendoim também são importantes para a economia. Também destacam-se as culturas de algodão, tabaco e borracha. A produção de batata, arroz, cacau e banana são relativamente importantes (WIKIPÉDIA, 2008a).

Os maiores rebanhos angolanos são os de gados bovino, caprino e suíno (WIKIPÉDIA, 2008a).

A economia angola também basea-se na extração mineral, especialmente, em petróleo e diamantes. O país é auto-suficiente em petróleo desde 1966. O país possui jazidas de cobre, manganês, fostatos, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata, platina e urânio (WIKIPÉDIA, 2008a).

As indútrias de beneficiamento de oleoginosas, cereais, carnes, algodão e tabaco estão entre as principais do país. A produção de açúcar, cerveja, cimento, madeira e o refino do petróleo também merecem destaques. Também destacam-se as indústrias de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço (WIKIPÉDIA, 2008a).

O país possui cinco usinas hidroelétricas que suprem a necessidade do país (WIKIPÉDIA, 2008a).

11 A moeda
A moeda angola é o kwanza. Atualmente, um dólar americano vale aproximadamente 75 kwanzas (BANCO NACIONAL DE ANGOLA, 2008) e um real (real: moeda do Brasil) vale aproximadamente 44 kwanzas.

12 A gastronomia
O milho e a mandioca foram trazidos para Angola pelos colonizadores portugueses no século XVI. A inclusão destes alimentos transformaram radicalmente o tipo de alimentação e economia alimentar do país (GASTRONOMIAS, 2008).

Segundo Migas (2008c), “a cozinha angolana prima pela simplicidade” e “tem influências bem presentes da cozinha portuguesa e brasileira”.

A muamda de galinha, o mufete de peixe e o funge são pratos típicos de Angola.

Os pratos angolanos utilizam como ingredientes essenciais o óleo de palma e o gindumbo ou jindungo ou gindungo (espécie de pimenta malagueta típica de Angola) (MIGAS, 2008b). No Brasil, o óleo de palma é conhecido por azeite de dendê.

Figura 6 – Dendê (NYONTIME, 2008)


Figura 7 – Gindumbo (MIGAS, 2008b)

O funge
Segundo Wikipédia (2008b), “o funge ou pirão é um acompanhamento culinário típico de Angola e de Moçambique. É confeccionado com farinha de milho ou de mandioca”.

Migas (2008a) afirma que "o funge é “o acompanhamento mais popular em Angola” e que “é comum acompanhar um peixe grelhado, regado com um molho de tomate, ou seja, acompanha qualquer prato, tal como o arroz e as batatas”. Afirma também que se pode fazer diferentes tipos de funge e que conhece os de fubá (farinha de mandioca) e o de milho, sendo o mais tradicional o com a farinha da mandioca.


Figura 8 – Funge de farinha de mandioca (KOLUKI, 2008)

Batista (2008) fiz que “o funge é a mandioca cozida”, servido como acompanhamento em Angola, “substituindo batatas e arroz”.

Figura 9 – Funge de mandioca (à direita no prato) servindo de acompanhamento à garoupa grelhada e legumes (BATISTA, 2008)

O LIVRODERECEITAS (2008) diz que “o funge é o acompanhamento ideal para vários pratos angolanos, principalmente aqueles que são confeccionados com óleo de palma” e apresenta uma receita: “Ingredientes: 250 gramas de farinha de mandioca; 750 ml de água; sal. Modo de preparar: Diluir a farinha de mandioca (fubá) em cerca de metade da água fria. Temperar a água restante com sal a gosto e levar ao fogo. Quando a água ferver, adicionar a fubá anteriormente diluída e não deixar de mexer, para não encaroçar. Deixar cozinhar até engrossar, mexendo sempre - o fubá vai ficando com uma coloração mais escura. A quantidade de água pode ser alterada, dependendo do gosto. O funge deve ficar consistente.”

O LIVRODERECEITAS (2008) também apresenta a receita das seguintes variantes do funge:

- funge de bombó: “Ingredientes: ½ litro de água; 1 quilo de fubá. Modo de preparar: Colocar uma panela com água no fogo e deixar ferver, depois de estar a ferver despejar o fubá e bater muito bem para não formar grumos. Deixar cozinhar e servir.”

- funge de milho: “Ingredientes: 1 quilo de fubá de milho; ½ litro de água. Modo de preparar: Colocar uma panela com água ao fogo, até a água ficar morna, vá despejando aos poucos o fubá até ficar uma papa de milho, tapar a panela e deixar cozinhar. Depois de cozido, Juntar o resto do fubá e servir.”


Segundo Wikipédia (2008b), o funge “é usado como acompanhamento da moamba de galinha.”

A muamba de galinha
A muamba ou moamba de galinha é um prato tradicional de Angola, constituindo um dos pratos mais populares do país. Os ingredientes utilizados para a sua produção são: galinha, óleo de palma, quiabos, jindungo, cebola, abóbora e alho (WIKIPÉDIA, 2008e).

O óleo de palma utilizado na receita pode ser obtido de dendês frescos (WIKIPÉDIA, 2008e).

Para a produção do prato, corta-se a galinha, temperando-a com sal, jindungo e alho. Em seguida, esta é dourada numa panela com óleo e cebolas (WIKIPÉDIA, 2008e; LIVRODERECEITAS, 2008).

Caso, utilize-se dendês frescos, estes devem ser cozidos e esmagados para facilitar a retirada do caroço. Posteriormente, estes devem ser espremidos com água morna e, finalmente, coados. É nesta água que a galinha deve ser adicionada para a finalização do prato, ou seja, para ser cozida juntamente com a abóbora e o quiabo (GASTRONOMIAS, 2008; LIVRODERECEITAS, 2008).

O acompanhamento da muamba de galinha é o funge (GASTRONOMIAS, 2008; LIVRODERECEITAS, 2008; WIKIPÉDIA, 2008e).


Figura 10 – Moamba de galinha (frente do prato, à esquerda) acompanhada de funge (fundo do prato, à esquerda), feijão com óleo de palma (fundo do prato, à esquerda), banana-pão assada (no centro do prato) e “Kissaca” (frente do prato, à direita) (MIGAS, 2008c)


A Kissaca é um prato produzido a partir das folhas da mandioca (WIKIPÉDIA, 2008d).

O mufete de peixe
O mufete é um prato típico angolano (BATISTA, 2008; MIGAS, 2008d). O prato consiste em: peixe grelhado regado com molho preparado com cebola, vinagre e azeite; feijão cozido com óleo de palma; batata-doce; banana-pão e mandioca (BATISTA, 2008; MIGAS, 2008d).


Figura 11 – Mufete de peixe (BATISTA, 2008)


Figura 12 – Mufete de peixe (MIGAS, 2008d)

13 A panificação
Além de pesquisas realizadas com o auxílio da internet, os dados aqui apresentados são também frutos de:
- entrevistas realizadas em uma sala de bate papo de Angola (http://www.canalangola.net/BatePapo.html), sendo entrevistadas oito pessoas, com os seguintes niknames: Dred; MapumarC; Nunes; Niuska; Adoro-te, Docemen, PaOOOOdeM3L- e Xmultiply;
- trocas de e-mail com a autora do site Migas com Gidungo (http://migascomgindungo.blogspot.com/).

Segundo MapumarC existem muitas padarias em Angola. Ele afirma também que o pão faz parte do cotidiano dos angolanos e que o consumo depende de cada pessoa: há quem consuma pão de manhã, à tarde e à noite, todavia, há quem consuma somente de manhã.

O pão mais consumido, ou seja, vendido nas padarias, é o pão cacete e custa cerca de 10 kwanzas (cerca de 23 centavos de real), segundo MapumarC .

Angonotícias (2008) divulga numa reportagem datada de 7/3/2008, que o preço do pão em Angola subiu de 15 para 25 kwanzas nos últimos dois meses, em virtude do aumento da farinha de trigo no mercado internacional, conseqüência da escassez do produto.

Nunes afirma que o pão geralmente é consumido pela manhã e que os angolanos consomem muito pão. Todavia, há famílias que não conseguem comprar pão devido à baixa renda familiar.
Os pães mais comuns em Angola são: o pão cacete e o pão burro, porém também existe o pão suja-chão. Dred diz, que existem em Angola, os pães cacete, burro, de forma e doce.

“Nao existe dimencao exata, cada um faz segundo a sua ganancia lols......... nem os da padaria tem o mesmo tamanho”, diz Xmultiply.

Segundo Migas, o pão faz parte da alimentação do povo angolano, por ser barato e ser fácil de ser encontrado. Ela diz que “O pão, é vendido na rua, em qualquer lado consegue encontrar uma moça com um recipiente à cabeça, cheio de pães. Como é óbvio, existem os pontos de venda, normalmente abertos 24h por dia, onde essas moças compram os pães para fazer o seu negócio”.

Migas também afirma que Angola, após tantos anos em guerra “tem pouco de cultura original” e que “a alimentação, tirando alguns casos, é um dos assuntos mais difíceis para se encontrar o que é tradicional e o que é importado”.

Migas, a título de curiosidade, conta uma história: “A titulo de curiosidade, conto-lhe uma história. Na altura da guerra civil, existiam já estrageiros a trabalhar cá. Nomeadamente portugueses. Conta-se que quem tinha de ir para as províncias, levava quase sempre uns quantos pacotes de bolachas. Tudo porque nas províncias era comum existir aquilo que chamavam "pão com carne". Esse pão com carne era o pão, com todos os bicharocos que apareciam na bancada, na altura da confecção e acabava por ir tudo junto. No final, o tal famoso pão com carne, acabava por ser consumido, mesmo pelos estrangeiros, quando não tinham mais nada para comer. Triste, mas faz parte das histórias que por aqui ouço. :o) Mesmo hoje, nas províncias, a fartura não é muita. tenho vários amigos a trabalhar fora de Luanda que passaram mal, no início (tinham de tomar banho de caneca, eram assaltados nas pensões...).”

Pão cacete
Segundo Nunes, o pão cacete tem aproximadamente 30 a 40 centímetros de comprimento por 10 a 15 centímetros de diâmetro. Nunes também afirma que este pão tem menos miolo que o pão burro.

Figura 13 - Pão cacete (ANGONOTÍCIAS, 2008)

Niuska afirma que o pão cacete possui aproximadamente 30 centímetros de comprimento por 5 a 6 de largura. Ela também afirma que a massa do pão cacete é mais leve, pois possui leite entre os seus ingredientes.

Pão burro
Segundo MBANGALE (2005) , a palavra pão-burro tem o seguinte sentido “pão de farinha de trigo, cozido em forno de lenha, sem condições higiênicas”.

Docemen diz:“chamamos a pao burro... o pao caseiro...” e que estes não são vendidos nas padarias.

Nunes afirma que o pão-burro é um pão redondo com muito miolo. É vendido em unidades e tem cerca de 50 gramas, porém depende de quem os produz. Afirma também que é o pão mais conhecido.

Segundo Niuska, o pão burro é mais largo, mais pesado do que o pão cacete: “o pão burro é o normal”.

PaOOOOdeM3L- diz: “creio eu que o pao burro e mais usado pra classe baixa, axo que, n tenho muita certza, mais td indica q sim”.

No livro Pão da Paz (BRAGA, 2005) há uma receita de um pão angolano, a qual também aparece no site da editora Abril (ABRIL, 2008). Pelo seu formato e tamanho, este aproxima-se do pão burro comentado nas entrevistas.


Figura 14 – Pão Angolano (ABRIL, 2008)

Para se produzir este pão são necessários os seguintes ingredientes (ABRIL, 2008):
· 250 g de farinha de trigo;
· 2 colheres (sopa) de açúcar;
· 1 colher (sopa) de fermento biológico seco;
· 1 ovo;
· ½ colher (chá) de sal;
· leite frio.
O modo de preparo, segundo a ABRIL (2008) é:
“Bata a clara em neve e reserve. Misture a farinha, o açúcar, o fermento, a gema e o sal. Aos poucos, coloque leite o suficiente até que a massa fique macia. Adicione a clara em neve. Deixe descansar por 5 minutos e depois faça pãezinhos não muito grandes, porque crescem. Leve ao forno preaquecido a 200º C, que deve estar muito quente para assar os pães rápida e intensamente”.

Pão suja-chão
Segundo Niuska, o suja-chão é um “pão cacete que como ficou muito no forno, a medida que se corta quase que a casca se desfaz toda”.

Docemen diz que: “tem se feito um tipo de pao cacete que foi apelidado de Suja-Chao //// porq , dele sai muitas migalhas...”.


Figura 15 - Pão suja-chão (MIGAS, 2008d)

Figura 16 - Pão suja-chão (Foto: MIGAS)

Aparentemente, esta descrição assemelha-se ao pão francês ou pão-de-trigo com casca bem crocante, comercializado em Florianópolis, Santa Catarina.

14 CONCLUSÃO

Angola é um país em desenvolvimento, rico em cultura e belezas naturais, assim como o Brasil.
Possui pratos típicos simples com sabor de azeite de dendê.
As informações obtidas nas entrevistas realizadas demonstram que não há padronização dos pães em Angola. Nem os entrevistados sabem ao certo que pães consomem.
É certo que existe o pão cacete, o pão burro e o pão suja-chão.
Por viver os últimos anos em guerra civil e ser independente de Portugal somente após 1975, é extremamente difícil, na gastronomia, dizer o que é tipicamente angolano.


REFERÊNCIAS

ABRIL. Bons Fluidos. Pão Angolano. Disponível em: < http://bonsfluidos.abril.com.br/livre/edicoes/0083/preview02b.shtml>. Acessado em: 08/04/2008.

ANGOLA. Economia. Disponível em: <http://www.angola.gov.ao/Angola/#economia>. Acessado em: 06/04/2008.

ANGOLA: Tempos Novos. Editora Edipress, [s.l.], 1992. 144p.

ANGONOTÌCIAS. Carência internacional do trigo provoca subida no preço em Angola. Disponível em: < http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=18704 >. Acessado em: 11/04/2008.

BANCO NACIONAL DE ANGOLA. Disponível em: <http://www.bna.ao/artigo.aspx?c=282&a=808>. Acessado em: 06/04/2008.

BATISTA, Leitão. Impressões de Angola. Disponível em:<http://capeiaarraiana.wordpress.com/2007/09/23/impressoes-de-angola/>. Acessado em: 06/04/2008.

BRAGA, Paulo. Pão da Paz: 195 Receitas de Pão de Países Membros da ONU. Boccato, São Paulo, 2005.

CULTURALUNDA-TCHOKWE. Galeria. Disponível em: <http://www.culturalunda-tchokwe.com/gallery/>. Acessado em: 07/04/2008.

GASTRONOMIAS. Angola. Disponível em: <http://www.gastronomias.com/lusofonia/angola.html>. Acessado em: 06/04/2008.

KOLUKI. Funge de Domingo. Disponível em: <http://koluki.blogspot.com/2007/04/funge-de-domingo.html>. Acessado em: 01/04/2008.

LIVRODERECEITAS. Angolana. Disponível em: <http://www.livrodereceitas.com/interna/angolana/>. Acessado em: 06/04/2008.

MBANGALE, M. T. As unidades neológicas do português em África. Babilônia: Revista lusófona de línguas, culturas e tradução. Lisboa, 2005. Disponível em: <http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/561/56100315.pdf>. Acessado em: 11/04/2008.

MIGASCOMGINDUNGO. Funge. Disponível em: <http://migascomgindungo.blogspot.com/2007/08/funge-de-mandioca.html>. Acessado em: 06/04/2008.

MIGASCOMGINDUNGO. Gindungo. Disponível em: <http://migascomgindungo.blogspot.com/2007/10/gindungo-receita.html>. Acessado em: 06/04/2008.

MIGASCOMGINDUNGO. Moamba de Galinha. Disponível em: <http://migascomgindungo.blogspot.com/search/label/Galinha>. Acessado em: 06/04/2008.

MIGASCOMGINDUNGO. Há quem lhe chame suja-chão. Para mim é apenas pão. Disponível em: < http://migascomgindungo.blogspot.com/2008/04/h-quem-lhe-chame-suja-cho-para-mim.html> Acessado em: 11/04/2008.

MIGASCOMGINDUNGO. Mufete. Disponível em: <http://migascomgindungo.blogspot.com/2007/08/mufete.html>. Acessado em: 06/04/2008.

NYONTIME. Moqueca: Dendê. Disponível em: < http://nyontime.blogspot.com/2005/11/moquec.html>. Acessado em: 06/04/2008.

WIKIPEDIA. Angola. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola>.Acessado em: 06/04/2008.

WIKIPEDIA. Funge. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Funge>.Acessado em: 06/04/2008.

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WIKIPEDIA. Moamba de Galinha. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Moamba_de_Galinha>.Acessado em: 06/04/2008.

WIKIPEDIA. Bandeira de Angola. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_de_Angola>.Acessado em: 06/04/2008.

WORLDMAPFINDER. Mapa de Angola. Disponível em: <http://www.worldmapfinder.com/Map_Detail.php?MAP=57626&FN=1475-2875-5-2-1-l.jpg&MW=1200&MH=976&FS=307&FT=jpg&WO=0&CE=1&CO=148&CI=0&IT=0&LC=9&PG=1&CS=utf-8&FU=http://www.malariajournal.com/content/figures/1475-2875-5-2-1-l.jpg&SU=http://www.malariajournal.com/content/5/1/2/figure/F1?highres=y>. Acessado em: 06/04/2008.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Aniversário da Jú, regado a chope Tonera Pilsen com traços frutados

No sábado último, a nossa amiga Jú reuniu os amigos para comemorar o seu .... aniversário.

Não registrei o número do aniversário por causa da limitação do espaço no blog, pois este não suporta tantos dígitos! Brincadeira, Jú!

Entretanto, além da companhia de ilustres companheiros e da boa comida, o diferencial da festa foi o chope preparado pelo nosso ilustre colega Raphael Tonera.

Um chope artesanal, classificado por ele como Pilsen, porém, segundo a minha opinião, com traços frutados, além do aroma sensacional de lúpulo com banana.

Rapha! Simplesmente excelente!

Jean Claudi.